quinta-feira, 29 de abril de 2021

José de Maria

 José de Maria

A. A. de Assis

 

São José, bom carpinteiro, / faz-me um cajado, José, / que me ampare no roteiro / que eu sigo seguindo a fé. –  Acho muito bonito esse nome: José,  Yosef, Iosephus, Iósepo, Joseph, Josep, Josefo, Hovsep, Xosé, Giuseppe, Zezé, Zezinho. Meu avô materno era José; um dos meus irmãos era também José; um dos meus netos é Davi José; na lista dos parentes e amigos tenho uma longa fieira de Josés. E todos os Josés que conheço são gente boa à beça.   

     Mas pelo José de Maria tenho uma admiração especial. Um santo humilde, quieto, discreto, porém fundamental. Imaginem como teria sido a vida da jovem esposa e mãe se ela não tivesse tido a seu lado um homem tão corajoso e forte e ao mesmo tempo tão generoso e justo. 

      A bênção, meu bom José. Fico às vezes pensando: quanta responsabilidade sobre os ombros de um modesto carapina. A história fala de numerosos momentos dramáticos: o nascimento de Jesus num cochinho, a fuga para o Egito para se livrar da fúria de Herodes, o susto que o Menino deu nos pais quando sumiu e só bem depois foi encontrado pregando no templo diante dos doutores da lei.

     Tudo na vida de Jesus, Maria e José é comovente e nos leva a profundas reflexões. Porém gosto muito de pensar também em como seria o dia a dia deles. Como seria, para José, ser marido da mãe de Jesus.  Mais ainda: pai adotivo do Filho de Deus.

     A começar pelo nascimento do Menino na manjedoura, único lugar onde acharam espaço para se hospedar em Belém. Eles sozinhos ali... Quem teria feito o parto? Decerto José. O primeiro a acolher no colo o Rei dos reis, Deus conosco, o Bebê que acabara de chegar para dividir a história da humanidade em AC e DC – antes e depois de Cristo.

     Dar banho em Jesus, trocar as fraldas de Jesus, ficar ao lado sorrindo enquanto Maria dava de mamar a Jesus. Depois ver Jesus ir crescendo, brincar com ele, carregá-lo nas costas, passar horas com ele na carpintaria ensinando-lhe as artes do serrote, do formão, do enxó.  Mas será que alguém precisou mesmo ensinar alguma coisa a Jesus? Ele precisou aprender a ler e  escrever?  Acho que não. Pelo dom da ciência infusa, Jesus decerto sabia tudo.

     Como seria a convivência deles em casa? José ordenhava as cabras, colhia grãos, verduras e frutas nas redondezas, rachava lenha, enquanto Maria cozinhava, lavava, costurava. Jesus sempre ajudando a mãe e o pai, talvez fazendo alguma estripuliazinha ou brincando com os meninos vizinhos. E sobre quais assuntos conversavam?... 

     José, José, meu bom José de Maria. São José amado no mundo inteiro, patrono das famílias e dos operários, lembrado sempre com ternura e respeito por milhões e milhões de devotos. Rogue por nós, José. Ajude Maria, nossa Mãe querida, a pedir a Jesus uma bênção bem grande para a humanidade. A gente está precisando demais. Amém.

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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 29-4-2021) 

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