Tábua
de
trovas
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Tem muito mais graça a vida
quando a gente tem com quem
repartir bem repartida
a graça que a vida tem.
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1
Sorria, amigo, sorria!
Pois, neste tempo de tédio,
qualquer sinal de alegria
é sempre um santo remédio!
2
Sorriso não paga imposto;
esbanja, portanto, o teu.
Sorrindo com graça e gosto,
acendes também o meu!
3
Irmanemos nossas vidas
em comunhão generosa,
tal como vivem unidas
as pétalas de uma rosa!
4
Sonho um mundo redimido,
que, movido a coração,
lance flechas de Cupido,
não petardos de canhão!
5
Benditas sejam as vidas
que, alegres, serenas, santas,
vivem a vida envolvidas
em levar vida a outras tantas!
6
Deus fez a Terra... e, ao fazê-la,
deu-lhe o toque comovente:
fez o céu para envolvê-la
num pacote de presente!
7
Quem ama não mata a mata;
quem ama planta, recria.
Quem ama protege e acata
o verde, a vida, a alegria!
8
Do céu nos alerta o Pai,
vendo a Terra ressequida:
– Salvai as águas, salvai,
se quereis salvar a vida!
9
Digo e louvo toda vez
que olho as aguinhas da serra:
– Graças a Deus e a vocês,
há vida ainda na Terra!
10
Se as mentes elas lavassem,
e não os corpos somente,
quem sabe as águas voltassem
às graças de antigamente!...
11
O que ocorre às águas claras,
na alma pura se repete:
dá-se às vezes, e não raras,
que um sujinho as compromete.
12
Vai, riozinho, sem pressa...
lembra ao mar, sem raiva ou mágoa,
que ele é grande, mas começa
num modesto olhinho d’água!
13
A natureza protesta
sempre que alguém a maltrata.
– Se matas uma floresta,
vem o deserto e te mata!
14
Eu não tenho uma floresta,
mas tenho em casa um jardim.
O verde mantenho em festa,
na parte que cabe a mim!
15
Aviva-lhe o orvalho o viço,
e a rosa acorda se abrindo...
Aberta, põe-se a serviço
de um mundo amoroso e lindo!
16
Bem-te-vi que bem me vês,
bem-visto sejas também,
hoje e sempre e toda vez
que bem me vires... Amém!
17
Valente, o verde resiste
à foice, ao fogo, ao trator.
– É a vida que, dedo em riste,
enfrenta o seu matador!
18
Dói muito ver um canário
cantando humilhado e triste
em troca do vil salário
de um punhadinho de alpiste!
19
Tão bela, tão generosa,
símbolo eterno da paz,
pede desculpas a rosa
pelos espinhos que traz!
20
O agricultor que semeia
o arroz, o milho, o feijão
trabalha com Deus à meia
na Obra da Criação.
21
Olhe os poetas e as aves...
Veja que, embora não plantem,
Deus lhes retira os entraves
e apenas pede-lhes: – Cantem!
22
Quem dera algum dia eu possa
trocar meu despertador
por um relógio da roça:
o velho galo cantor!
23
Bem cedinho o galo canta,
molhado ainda de orvalho.
A roça, ouvindo-o, levanta,
e um hino entoa ao trabalho!
24
Parece um quadro de artista:
café, café, mais café...
– O verde a perder de vista,
a vista a se encher de fé!
25
Milhões e milhões de estrelas...
Que utilidade terão?
– Só sei, meu irmão, que ao vê-las
sinto Deus no coração!
26
O grande tenor se cala
ante o pássaro silvestre.
– É o discípulo de gala
querendo escutar o mestre!
27
Ouço ainda, ao longe, o canto
de um velho carro de boi...
– Lembrança de um tempo e tanto,
que há tanto tempo se foi!
28
De dia caleja a palma
o irmão que cultiva o chão.
De noite alivia a alma
nas cordas de um violão!
29
O fruto é um santo produto
do mais generoso amor.
Por isso é que antes de fruto
quis Deus que ele fosse flor.
30
Numa harmonia perfeita,
completam-se o fruto e a flor:
ele alimenta, ela enfeita;
ele dá força, ela o amor!
31
Belo sonho o que aproxima
estrelas e pirilampos...
– Elas são eles lá em cima;
eles são elas nos campos!
32
Um vaga-lume, isolado,
é só uma pobre luzinha;
no entanto, aos outros somado,
clareia a roça inteirinha!
33
Quantas bênçãos traz a chuva
quando rega a plantação:
benze o trigo, benze a uva,
benze a vida em cada grão!
34
Vestem-se as águas de prata,
saltam no espaço vazio.
Findo o show da catarata,
sereno refaz-se o rio...
35
Mesmo soltas e espalhadas,
as pétalas são formosas;
porém somente abraçadas
é que elas se tornam rosas!
Although they are free and scattered,
petals are nice and beautiful,
but only when being embraced
they turn out to be a rose!
(Vertida para o inglês por Djalda Winter)
36
Ó Deus, que nos deste a flor,
e as crianças e as estrelas,
dá-nos agora, Senhor,
a graça de merecê-las!
37
Eu sei por que o passarinho
canta gostoso e se inflama:
– é que ele tem no seu ninho
uma família que o ama!
38
Vi um menino uma vez
mandar aos pais um recado:
– Sou o amor que uniu vocês
e se fez carne. Obrigado!
39
Jogado no mundo, ao léu,
rezava o orfãozinho assim:
– Cuida bem, Papai do Céu,
dos que não cuidam de mim!
40
Matam crianças na rua,
hoje ainda, que que é isto?
– É que Herodes continua
caçando o Menino-Cristo!
41
“Bem-vinda à vida, criança!”,
diz o parteiro sorrindo.
E a frase é um hino à esperança,
no seu momento mais lindo!
42
É mais que um beijo, é uma prece,
aquele beijo miudinho
com que a mãe afaga e aquece
os seus filhotes no ninho!
43
Cuide bem do seu bebê;
forme-o forte, sábio e puro.
Ele é a porção de você
que vai viver no futuro!
44
Brincam na praça os pequenos:
castelos, canções, corrida...
São seus primeiros acenos
aos grandes sonhos da vida!
45
Nas costas, leva a criança
seus livros numa sacola;
nos olhos, leva a esperança
como colega de escola!
46
Louvada seja a harmonia
que eterniza em nosso lar
o “sim” que nós dois um dia
compartilhamos no altar!
47
A família é um grande bem,
e Deus valoriza-a tanto,
que Ele próprio a dele tem:
Pai, Filho e Espírito Santo.
48
Importa pouco a mobília,
importa pouco a fachada...
O amor que envolve a família
é só o que importa, e mais nada!
49
Como é bom saber que o filho
vida afora alegre vai,
dando forma, força e brilho
aos sonhos do velho pai!
50
A bênção, queridos pais,
que às vezes sois mães também.
Em nome de Deus cuidais
dos filhos que d’Ele vêm!
51
Com que suave ternura
tece a canária o seu ninho!
– Mãe é assim, dengosa e pura...
a nossa e a do passarinho.
52
Na varanda, um quadro lindo:
a jovem mãe e a criança:
– Era a ternura sorrindo,
amamentando a esperança!
53
Da mãe à filha querida:
– Obrigada, meu bebê...
Fui eu quem lhe dei a vida,
mas minha vida é você!
54
O céu deve estar cheinho
de madrinhas, mães e avós...
– Têm lá, em dobro, o carinho
com que cuidaram de nós!
55
Se poder o avô tivesse,
o neto não cresceria.
Crescendo, desaparece,
e leva junto a alegria...
56
O amor é forte, ele aguenta;
se é verdadeiro, ele é infindo:
chega aos oitenta, aos noventa...
quanto mais velho, mais lindo!
57
Embora o mundo não cesse
de fazer guerra e terror,
na família ainda se tece
a grande história do amor!
58
Ah, meu rio, de repente,
o que foi feito de nós?
Ficou tão longe a nascente...
vemos tão próxima a foz!
59
A velhice se avizinha,
porém não me assusta não.
– Eu sei que no fim da linha
Deus me espera na estação!
60
Feliz o idoso que, esperto,
se ampara nesta verdade:
quanto mais velho, mais perto
das bênçãos da eternidade!
61
No pico da quarta idade,
o quadro se faz assim:
ou se crê na eternidade,
ou se põe na tela: “Fim”...
62
De barro se faz o homem,
e de luz principalmente.
O barro, os anos consomem;
a luz eterniza a gente!
63
Na porta da eternidade,
documento não tem vez.
– O cartão de identidade
é o bem que em vida se fez!
64
A vida jamais se encerra...
e é bom sermos imortais.
– Amar você só na Terra
seria pouco demais!
65
As almas, se generosas,
percorrem árduos caminhos...
Só no céu elas e as rosas
ficam livres dos espinhos!
66
Trate o velho com respeito;
dê-lhe o amor que possa dar.
Mas não lhe roube o direito
de a si mesmo governar!
67
Todo idoso é um professor;
curvo-me e beijo-lhe a mão.
No mínimo, ensina amor,
hoje máxima lição!
68
Curvada ao peso da idade,
a vovó, serena e bela,
distrai o tempo e a saudade
entre o novelo e a novela...
69
Quanto mais rápido passa
o tempo a mim concedido,
mais grato eu sou pela graça
de cada instante vivido!
70
Criado por Deus, o rio
nasce limpo e, como nós,
traz consigo o desafio
de limpo chegar à foz.
71
Tem que aos simples se igualar
quem deseja ao céu se erguer:
– O rio só se faz mar
depois de muito descer!
72
Ave-Maria, uma prece
tão gostosa de rezar,
que às vezes mais me parece
cantiguinha de ninar!
73
Olhem a rosa os que ainda
costumam dizer-se ateus.
– Ela é a resposta mais linda
quanto à existência de Deus!
74
Deus não vem na grande nave;
Deus não vem no furacão.
Deus vem qual brisa suave,
e entra em nosso coração!
75
Terno, amigo e generoso,
quis Deus se configurar
no abraço do pai saudoso
no filho que volta ao lar!
76
Se de Deus vem a mensagem,
não carece tradutor.
Em geral vem na linguagem
de uma estrela ou de uma flor!
77
Deus não põe ponto final
na biografia da gente.
– Quer nossa alma, imortal,
junto à d’Ele eternamente!
78
A vida no mundo é um treino,
a etapa em que o Treinador
nos prepara para o reino
definitivo do amor!
79
– Passei o dia a serviço
de um pobre encontrado ao léu...
– Pois é, disse o Pai, com isso
ganhaste, meu filho, o céu!
80
Até como terapia,
crer em Deus faz muito bem:
– banha a gente na alegria
que da eterna luz provém!
81
Certeza só têm os rios
sobre aonde vão chegar...
Por mais que sofram desvios,
seu destino é sempre o mar!
82
Que bom que ninguém mais usa
consagrar heróis de guerra...
– Hoje herói é quem recusa
macular com sangue a Terra!
83
Ao cérebro, o coração
manda amorosa mensagem:
– Somente unidos, irmão,
seremos de Deus a imagem!
84
Virão tempos diferentes
em nossa história, e os vereis:
haverá mais Tiradentes
do que Silvérios dos Reis!
85
A bênção, Joaquim José,
sonha o teu sonho de novo...
Acende outra vez a fé
no coração do teu povo!
86
Em resposta à ofensa e à intriga,
ensina o amor: “Faça o bem!”
– O amor é sábio: não briga,
perdoa cem vezes cem!
87
Ou o amor enfim nos faz
desarmar o coração,
ou do cachimbo da paz
nem as cinzas sobrarão!
88
Quem tem amigos leais
tem muito o que agradecer:
bons amigos valem mais
que o mais que se possa ter.
89
Coragem de gente grande
é aquela em que se distingue
alguém assim como Gandhi,
São Francisco, Luther King!
90
São de cristal ou de barro
nossas vaidades... tão só.
Um baque, um tombo, um esbarro,
e tudo reduz-se a pó!
91
Como é triste o desencanto
daquele que a duro custo
desbafa e diz em pranto:
– Eu me cansei de ser justo!
92
Se aos heróis e aos grandes sábios
devemos tão bela herança,
muito mais a quem nos lábios
traz o canto da esperança!
93
Que alegre alívio provoca,
na alma e no coração,
o abraço que a gente troca
numa troca de perdão!
94
Se alguém se torna importante,
por certo alguém o ajudou.
Mesmo o Amazonas, gigante,
de afluentes precisou!
95
Pensei que ser grande fosse
razão de alegria... Errado:
o rio, pequeno, é doce;
o mar, imenso, é salgado.
96
A renúncia corresponde,
muita vez, a muito amar;
como quando o Sol se esconde
para que brilhe o luar!
97
A história, através dos anos,
ensina a grande lição:
– o destino dos tiranos
será sempre a solidão!
98
Grande mesmo é quem descobre
que ser grande é ser alguém
que abre espaço para o pobre
tornar-se grande também.
99
Honestos há sem ser bons
e há bons que honestos não são.
– É a soma de ambos os dons
que faz o bom cidadão.
100
Vinde, amigos, vinde e vede
o quanto pode o perdão:
– derruba qualquer parede
que nos separe do irmão!
101
Cidadania é civismo,
sobretudo é comunhão;
é ajuda mútua, é altruísmo,
partilha justa do pão.
102
Se lhe derem mais apoio;
se ele vir que o bem faz bem,
tenha certeza: há de o joio
tornar-se trigo também!
103
Morre o sábio... enorme bem
perde o mundo em tal momento.
Seu patrimônio, herda alguém;
não no entanto o seu talento!
104
O talento, em nossos dias,
é o que engrandece um país.
– Mais que a força dos Golias
vale o gênio dos Davis!
105
O livro mudou o enredo
da história da humanidade:
– Antes dele, a treva e o medo;
depois dele a liberdade.
106
Na biblioteca há mil sábios
a nosso inteiro dispor.
– Sem sequer abrir os lábios,
cada livro é um professor!
107
Palavras produzem fartas
e tão belas construções:
com elas fez Paulo as Cartas,
fez os seus versos Camões!
108
A palavra acalma e instiga;
a palavra adoça e inflama.
– Com ela é que a gente briga;
com ela é que a gente ama!
109
Ah, que profunda saudade
invade uma Academia
a cada vez que um confrade
deixa a cadeira vazia!
110
Gari, que há luas e luas
varres a pública via...
hás de achar limpas as ruas
que ao céu vão levar-te um dia!
111
Vaidade, doença triste
que nos condena a estar sós...
Não nos deixa ver que existe
ninguém mais além de nós.
112
Trabalhas tanto, formiga,
enquanto, ó cigarra, cantas.
No entanto, basta de intriga:
– são duas tarefas santas!
113
A regra é tirar vantagem,
porém prefiro a exceção:
– quero a inocente coragem
dos puros de coração!
114
– Que sentença a mãe de Judas,
se o julgasse, lhe daria?...
– Em sendo mãe, não te iludas:
mil vezes o perdoaria!
115
Não presta a pena que importe
num mal que o mal não redime.
Toda sentença de morte
é um crime pior que o crime.
116
Mesmo o maior dos gigantes
não tem poder permanente:
– Pode a Lua, por instantes,
cobrir o Sol totalmente!
117
Que vida pobre a do rico...
Noite e dia, o ano inteiro,
mirando o ilusório pico
de um sonhozinho – o dinheiro...
118
O mundo esqueceu que existe
o ponto de exclamação...
De tão seco, amargo e triste,
perdeu de vez a emoção!
119
O lírio, a lira, o lirismo;
o amor, a festa, a canção...
Que pena que o consumismo
transforma tudo em cifrão!
120
Ismo, ismo, ismo, ismo...
e o medo está sempre em alta...
– Experimentem lirismo,
que talvez seja o que falta!
121
Acaso fizeste a Lua?
Acaso fizeste a rosa?
Então que ciência é a tua,
tão solene e presunçosa?...
122
Cumprem a Lua e as estrelas
o ofício de serem belas...
E, entretanto, para vê-las,
só o poeta abre as janelas!
123
Astronauta, não destrua
meu direito de sonhar...
Deite e role sobre a Lua,
porém me deixe o luar!
124
Anoitece. Bela e nua,
começa a rosa a orvalhar-se...
– Um raiozinho de lua
virá com ela deitar-se.
125
Lua cheia chega e assume
pose plena de rainha:
cega a estrela e o vagalume
e acende a noite sozinha!
126
Tenho a alma sempre em festa,
e é fácil saber por quê:
– minha vida é uma seresta,
na qual a lua é você!
127
Minha amada, com bom jeito,
mesmo ausente me domina...
Deixa a saudade em meu peito
como rainha interina!
128
Ao mesmo tempo em que é doce,
ah como é triste a saudade...
– Ela é assim como se fosse
uma ex-felicidade!
129
Prometi-lhe, amada minha,
mil estrelas, as mais belas.
Bobagem... você sozinha
brilha mais que todas elas!
130
Quem preza a vida divide-a,
como o cedro acolhedor
que adota por filha a orquídea,
e dá-lhe suporte e amor!
131
Tal qual dois rios se abraçam,
formando um só rio após,
dois “eus” pelo amor se enlaçam,
passando a chamar-se “nós”!
132
Sonhador desde criança,
não sonho entretanto em vão.
No sonho eu nutro a esperança,
que nutre o meu coração!
133
Ah, poeta, como é lindo
teu trabalho, e quão fecundo...
– Noite e dia produzindo
sonhos novos para o mundo!
134
Deus me deu livre vontade;
porém, por sorte, incompleta:
– não me deu a liberdade
de deixar de ser poeta!
135
Eu tenho fé nas pessoas,
em todas, sem exceção,
que todas elas são boas,
quando lhes damos a mão!
136
Quem dera, um dia, as fronteiras
fossem elos nos unindo,
e houvesse, em vez de barreiras,
somente a placa: – Bem-vindo!
137
Amai-vos, e as derradeiras
muralhas hão de cair.
– Havendo amor, as barreiras
não têm razão de existir!
138
Eu sei que será difícil,
mas a fé me diz: – Verás
transformar-se cada míssil
num mensageiro da paz!
139
Vem vindo um tempo sem bombas,
sem tanques e sem canhões.
Falcões darão vez às pombas,
e os fuzis aos violões!
140
Dirá Deus: “Faça-se a paz,
e todos deem-se as mãos!”
E então, meu filho, verás
que lindo é um mundo de irmãos!
Maringá
2011
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Num tempo em que tanta guerra
enche o mundo de terror,
benditos os que, na Terra,
semeiam versos de amor!
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