quarta-feira, 8 de abril de 2020

No tempo da Folha


No tempo da Folha
A. A. de Assis


No início de 1965, Ademar Schiavone assumiu a gerência da Rádio Cultura de Maringá e me convidou para trabalhar com ele. Alguns meses depois, Joaquim Dutra, um dos diretores da Rádio, arrendou as máquinas da “Folha do Norte do Paraná” e fui para lá com ele, como responsável pela redação. A “Folha”, implantada em 1962 por Dom Jaime Luiz Coelho, era um jornal moderno, com equipamento bastante avançado para a época. No entanto, interrompeu as atividades no início de 1965. Foi então que Joaquim Dutra, com a sua sólida experiência adquirida na administração de outros veículos de comunicação, assumiu a diereção e o matutino voltou de imediato às bancas. 
Fomos aos poucos ampliando a equipe, e a “Folha do Norte” tornou-se uma verdadeira escola de comunicadores. Por lá passaram alguns dos mais conhecidos jornalistas de Maringá. Não consigo me lembrar de todos, mas vale destacar os três Serra – Elpídio, Ismael e Wilson (Serrinha), Jorge Fregadolli, José Antônio Moscardi, Manoel Messias Mendes, Borba Filho, Frank Silva, Francisco de Oliveira (Minichico), Waldir Pinheiro, Kester Carrara, Verdelírio Barbosa, Walter Poppi, Rogério Recco, José Carlos Struet, Henri Jean (o Francês), Francisco Bonato, Manoel Cabral, Antônio Calegari, Laércio Silva, Joel Cardoso, Antônio Carlos Moretti, Pelé, Quirino, Valter Pietrângelo, Luiz Carlos Rizzo, os fotógrafos Moracy e Serginho Jacques, Valdir Carniel, Nelson Jaca Pupin, Aparecido Martins (Danger), Foguinho, as colegas Neuzinha, Shirley, Alzira, Eva, Sandra, o Pedrinho do escritório, o Gumercino da rotativa, o Tupã da linotipo, o Jorge Egias da paginação, o Genaro da clicheria. Cabe aqui lembrar ainda outros jornalistas que, embora não trabalhando na “Folha”, sempre se mostraram excelentes colegas, entre eles Tatá Cabral, Ângelo Rigon, Osvaldo Lima.
Com esse time, conseguimos realizar um trabalho muito fecundo durante mais de 10 anos. Foi um período difícil, porque coincidiu com a época dos governos militares, que impunham forte censura à imprensa. Mas a gente trabalhava prioritariamente com o noticiário estadual e municipal, e nesse âmbito era mais fácil lidar com gregos e troianos.
A política brasileira estava dividida em dois lados: Arena e MDB, depois PDS e PMDB. Na redação da “Folha”, entretanto, as duas bandas circulavam tranquilamente. Com frequência lá se encontravam, tomando juntos o nosso cafezinho, Paulo Pimentel e José Richa, Renato Celidônio e Haroldo Leon Peres, João Paulino e Said Ferreira, Túlio Vargas e Adriano Valente, Luiz de Carvalho e Walber Guimarães, José Cassiano e Horácio Raccanelo, Silvio Barros e Jorge Sato, Renato Bernardi e Gabriel Sampaio, Antônio Facci e Tadeu França. A gente aproveitava para ficar sabendo de tudo, e os leitores é que lucravam com isso. 
Em 1974, Joaquim Dutra decidiu partir para um novo empreendimento: fundou e instalou o “O Diário do Norte do Paraná”, que posteriormente viria a pertencer ao jornalista Frank Silva. Continuei na “Folha” até 1977. Fregadolli continuou até 1979. 

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