OLHE PARA CIMA
A. A. de Assis
“Don’t look up” (Não olhe para cima). Vi a fita no final do ano. Vi de novo dia desses, agora como meditação de Quaresma. Dois astrônomos descobrem um baita cometa vindo em direção à Terra e correm à mídia para alertar a humanidade. Só que ninguém parece dar bola. Procuram também a presidente (fictícia, claro) dos Estados Unidos para informá-la do perigo de o planeta explodir juntamente com tudo o que nele existe. O pessoal do governo, igualmente, nem tchum. E dá no que dá: Booooommmmm!!! Acaba o mundo.
O enredo, em si, é pouco original, visto que vem sendo repetido desde Leonardo da Vinci, Flash Gordon, Planeta dos Macacos etc. etc. Porém ajuda a refletir sobre coisas bem sérias.
A principal preocupação nem é o risco de um corpo celeste trombar com a Terra. Acredita-se que a ciência, a tecnologia e os serviços de defesa, pelo menos em alguns países, já estejam preparados para proteger a humanidade caso ocorra algo semelhante ao sugerido no filme. Se algum meteoro se aproximar perigosamente, será bombardeado e destruído ainda no espaço.
Por outro lado, o maior problema não é morrer, até porque a morte é um evento natural. O grande drama será morrer sem estar pelo menos minimamente preparado para ingressar na eternidade, ou seja, morrer com a consciência pesada e o coração, a mente e a alma cheios de culpas e remorsos.
Daí que os cineastas prestariam à família humana um serviço muito mais valioso se fizessem um filme realmente impactante, começando por estampar na tela, já no primeiro momento, a seguinte epígrafe: “O dia do Senhor virá quando você menos esperar. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a Terra será destruída com tudo o que nela há.” – 2 Pedro 3:10.
Pense bem: não haverá, como na ficção, nenhum aviso prévio quanto ao minuto exato do estrondo. Nem Leonardo da Vinci, nem Leonardo DiCaprio, nem nenhum âncora da CNN conseguirão tocar o alarme. Nenhum diretor da Nasa, nenhum general do Pentágono chegará a tempo de pedir autorização ao presidente para acionar mecanismos de defesa.
Nesse ponto, outro aviso aparecerá na tela, em letras enormes: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” – Mateus 24:42.
Os cientistas têm cumprido com eficácia a parte que a seu alcance está, haja vista a maneira exemplar como estão ajudando a humanidade a vencer a Covid. Parece então que agora, mais do que nunca, é a vez dos padres, pastores e outros líderes religiosos, aos quais se confia a fundamental missão de ajudar as pessoas a esperarem o chamado para a eternidade com o coração limpo e a consciência em paz.
Seriíssima responsabilidade. Depende muito do talento, da dedicação e da santidade deles a salvação do máximo de almas para a felicidade definitiva.
“O dia virá quando a gente menos esperar”.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 17.3.2022)
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