OS HISTORIADORES DE MARINGÁ
A. A. de Assis
Daqui a 50, 100, 300 anos, se alguém quiser pesquisar as raízes da cidade de Maringá, não terá dificuldade. Encontrará farto material produzido por dezenas de historiadores, jornalistas, colecionadores e memorialistas, em maioria testemunhas ou personagens dos fatos narrados.
Nos vários museus e bibliotecas aqui existentes o pesquisador achará, por exemplo, nossas primeiras revistas – “Maringá Ilustrada”, lançada pelo jornalista Aristeu Brandespim em 1957, quando a cidade celebrava apenas 10 anos de fundação, e “NP” (“Novo Paraná”). Achará também, exemplares dos primeiros jornais: “O Jornal de Maringá”, “A Hora”, “A Tribuna de Maringá”, “Folha do Norte do Paraná”, “O Diário do Norte do Paraná”, “Jornal do Povo”.
Nas bibliotecas de nossas universidades estará à disposição um riquíssimo acervo em forma de teses e dissertações, além de livros de fundamental importância elaborados mediante metodologia científica por historiadores como France Luz, Reginaldo Benedito Dias, Lúcio Tadeu Mota, Miguel Fernando, Loide Caetano, João Laércio Lopes Leal, Geraldo Altoé.
No museu da Catedral poderá ser consultada a preciosa obra deixada pelo nosso primeiro arcebispo, Dom Jaime Luiz Coelho, e pelo monsenhor Orivaldo Robles, que relatam, com primorosa documentação, a história da Igreja Católica na região.
Nas bibliotecas públicas certamente serão também encontrados livros de numerosos jornalistas – repórteres da história – entre os quais Duque Estrada, Túlio Vargas, Manoel Cabral, João Antônio Correia (Zitão), Arthur Andrade, JB Mariano, Rogério Recco, Antonio Roberto De Paula, Laércio Souto Maior, Donizete Oliveira, Dirceu Herrero Gomes.
Acrescente-se o extraordinário valor de acervos como os do jornalista Ângelo Rigon (com seu ônibus-museu); de fotógrafos como Kenji Ueta, Laércio Ferreira Lopes, Moracy Jacques; de artistas como Edgar Osterroht, Reynaldo Costa, Kaltoé, Zanzal; de colecionadores como More Miyazato, JC Cecílio, Sabas, Nelson Pedro Martins, Marcelo Suzano.
E ainda a belíssima obra escrita com o delicioso sabor da paixão maringaísta pelos que podemos chamar de memorialistas – pioneiros que viveram intensamente as primeiras décadas da cidade e que estão nos deixando aberto o seu baú de saudades: Adhemar Schiavone, Antônio Mário Manicardi, Ary de Lima, Antenor Sanches, Osvaldo Reis, Altino Borba, Emílio Germani. E acho que posso até me incluir nesse time, pelo menos como alguém que tenta pescar a poesia da história no fascinante lago das boas lembranças.
Porém quero pedir licença para destacar um nome – Antônio Roberto de Paula, jornalista, memorialista, documentarista, poeta, cronista, queridíssimo amigo.
A gente costuma chamá-lo de herói, pois só um herói, e muito peitudo, seria capaz de fazer o que ele faz: manter por conta própria, com pequena ajuda de quase ninguém, o Museu Esportivo de Maringá, que na verdade está se tornando um museu de tudo. Abraçando-o, abraço todos os que ajudam a eternizar a memória desta cidade tão queridamente nossa.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 14-10-2021)
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