O EIXO MONUMENTAL
A. A. de Assis
Agora é pra valer. Pelo que fiquei sabendo, a prefeitura está com quase tudo pronto para dar início a uma obra realmente decisiva para a consolidação de Maringá como uma das cidades mais bonitas do Brasil: o tão sonhado Eixo Monumental – a avenidona central prevista para começar em frente à Catedral e terminar no centro esportivo.
O primeiro prefeito a falar desse arrojado projeto foi Américo Dias Ferraz. Embora tivesse pouca escolaridade, ele era um homem que enxergava longe. Lembro-me bem de uma frase sua: “Maringá é uma cabocla que nasceu para ser bonita”. Dizia que a cidade estava destinada a ser a grande loja da região, portanto precisava caprichar na cosmética. E a Avenida Getúlio Vargas seria a sala de recepção às visitas – quanto mais moderna e chamativa, melhor. Pena que na época o município não dispusesse de condições para bancar algo à altura.
João Paulino pensava parecido. Na cabeça dele, já em seu primeiro mandato, a ideia do Eixo Monumental aparecia como um belíssimo sonho. Confidenciou isso ao Ademar Schiavone e a mim numa entrevista que gravamos com ele sentados num banco em frente ao antigo Cine Maringá. No segundo mandato manteve o sonho vivo, porém não havia recurso ainda.
Adriano Valente e seu então secretário de Obras, o engenheiro Luty Kasprowicz, chegaram a dar uma boa recauchutada na avenida e na praça da rodoviária. Mas o precioso espaço continuou à espera de um prefeito que topasse realizar ali uma megaobra. Ulisses topou. Anunciou que faltam apenas alguns finalmentes de ordem técnica etc. etc. Logo-logo vamos ver as máquinas em ação.
Ele já entregou à população um megaterminal de ônibus urbanos, revitalizou diversas praças e demonstra ter ousadia bastante para fazer da Getúlio um eixo realmente monumental. Com os meus 88 anos, não sei se estarei ainda por aqui a tempo de assistir à inauguração, porém espero que meus netos e bisnetos possam sentir o orgulho de caminhar pelos calçadões de uma supercharmosa passarela.
Decerto haverá quem seja contra, alegando que a cidade tem outras urgências. Tem sim, e terá sempre, mas tem caixa suficiente para atender a todas as demais necessidades e ao mesmo tempo investir em conforto e bom porte. Américo estava certo: “Maringá é uma cabocla que nasceu para ser bonita”. Quanto mais moderna e chique, mais gente atrairá para vir gastar aqui. Assim o comércio venderá mais, a prefeitura aumentará a arrecadação e consequentemente mais benefícios poderão ser oferecidos à comunidade.
Adriano será sempre lembrado pela criação de nossa primeira universidade. Said será sempre lembrado pela construção do Teatro Municipal. Daqui a 300 anos nossos decanetos se lembrarão de Dom Jaime toda vez que passarem em frente à Catedral. Ulisses poderá ficar para sempre na memória do povo pela construção, no centro de Maringá, de uma das avenidas mais deslumbrantes do mundo.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 21-10-2021)
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