sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A grande virada de Maringá

 A grande virada de Maringá

 

A. A. de Assis

 

Dois dos nossos melhores prefeitos – Luiz Moreira de Carvalho e Adriano José Valente – tiveram a sorte de cumprir parte de seus mandatos no período em que o Paraná foi administrado por um dos nossos melhores governadores – Paulo Cruz Pimentel.

     Mas vamos começar do começo. Maringá nasceu como um moderno e ousado loteamento dentro da mata, projetado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Em 1947, quando a cidade foi oficialmente inaugurada, era ainda distrito de Mandaguari. Impulsionada pela riqueza do café, cresceu depressa e quatro anos depois se emancipou como município.

     Enfrentou, porém, nas primeiras décadas, uma série de duros contratempos: geadas, secas, incêndios nas áreas rurais, o que dificultou bastante o trabalho dos dois primeiros prefeitos – Villanova e Américo – e provocou uma freada no processo de desenvolvimento. Só a partir de 1960, sob a liderança do prefeito João Paulino, a cidade voltou a tomar fôlego.

     Mas foi já no final daquela década que os ventos começaram a mudar para valer. Com Luiz de Carvalho como prefeito e Paulo Pimentel como governador, grandes obras foram realizadas, entre elas a pavimentação de três rodovias fundamentais: Maringá-Campo Mourão, Maringá-Paranavaí e Maringá Umuarama.

     O prefeito seguinte – Adriano Valente – deu sequência ao bom relacionamento com Paulo Pimentel. Os dois juntaram forças com apoio total da comunidade e no peito e na raça fundaram a UEM – Universidade Estadual de Maringá. E aí, sim, a cidade estava pronta para consolidar de vez o seu status de polo econômico, social e cultural da região.

     Com as três rodovias facilitando o acesso da população vizinha e a universidade atraindo para aqui as famílias pioneiras em busca de estudo para os filhos, o crescimento da cidade disparou e nada mais conseguiu segurar.

     Até aí o norte/noroeste do estado era por demais dependente da monocultura do café, de modo que qualquer frustração nas safras espalhava um desânimo geral. Deu-se então início à policultura, passando os produtores rurais a plantar também cana, soja e outras lavouras, além de criar espaço para a expansão da pecuária.

    Ao mesmo tempo, em decorrência do rápido crescimento demográfico, entrou em ebulição o mercado de imóveis. A partir do primeiro edifício alto – o “Três Marias” – a febre de construções não parou mais, formando-se na parte central um agulheiro de arranha-céus e alastrando-se a malha urbana em todas as direções. Nas primeiras décadas tínhamos dois bairros – o Maringá Velho e a Vila Operária. Depois veio o Jardim Alvorada. Depois... nem se sabe direito quantos bairros temos hoje. Mais de 300. Mais de 400...

     Tudo isso graças, em muito boa parte, à grande virada ocorrida na passagem dos anos 1960 para os anos 1970. Felizmente tivemos bons administradores para garantir a sequência da obra. Mas Paulo Pimentel fez de fato a diferença naquele momento decisivo.

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(Crônica publicada no Jornal do Povo - Maringá – 08-10-2020)

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